Casa do Real Compromisso Marítimo

O compromisso marítimo continha um papel importantíssimo na assistência e defesa dos interesses profissionais dos homens do mar

Venha conhecer o nosso espaço e desfrutar de exposições, literatura variada, música portuguesa… e tudo o que está relacionado com Ferragudo!

História

Nos fins do século XV ou início do século XVI nasceu em Ferragudo, terra de pescadores e marinheiros, uma notável Irmandade ou Confraria Mista: o Compromisso Marítimo de Ferragudo.

Os compromissos Marítimos eram associações de leigos que livremente se obrigavam a respeitar e cumprir as normas associativas consignadas por escrito (compromisso). A sua função era prestar auxilio e socorro mútuo aos pescadores e aos demais, profissões ligadas ao mar e às suas famílias, socorro religioso e filhos menores, nomeadamente hospital e pagamento de despesas de funeral.

Sem prova documental ou quaisquer outros dados não se pode afirmar que o Compromisso Marítimo de Ferragudo teria um hospital ou cemitério, mas teve casa própria onde provavelmente existiria um abrigo para os confrades idosos e pobres, e uma botica que tinha farmacêutico, em 1839, até pelo menos aos fins do século XIX.

Um dos privilégios do compromisso marítimo seria, por força do regimento, confirmado pela carta régia de 13 de setembro de 1776, a liberdade dos seus mareantes poderem vender quaisquer coisas suas sem almotaçaria e com especialidade das suas pescas, direito que conflituava com a atuação do almotacé * municipal e o interesse da Câmara Municipal de Lagoa que, naturalmente, pretendia cobrar taxas e impostos sobre o pescado.

A extinção do Compromisso Marítimo de Ferragudo foi por volta do século XIX, e os seus poucos bens terão sido entregues à Fazenda Pública, entidade que absorveu o património das confrarias e demais instituições assistenciais da monarquia; hoje pertencem ao Estado.

* Almotacé: Antigo inspetor dos pesos e medidas que fixava o preço dos géneros.

Atualmente

Atualmente, a Casa do Real Compromisso de Ferragudo é um espaço polivalente onde, no primeiro andar, para além de estar exposto o legado museológico da vivência da Vila, é um local propício para exposições, colóquios ou outras ações semelhantes, e no rés do chão uma zona de receção, de leitura e de acesso a informações turísticas e culturais, bem como a meios informáticos e audiovisuais.

Nessas ações inclui-se a formação específica de artes tradicionais, workshops diversos para o público em geral e para a comunidade piscatória local.

Exposições Permanentes

José Cortes (escultor e pintor autodidata da Freguesia) – Vida e obra.

Artes e relíquias de outros tempos (artefactos, equipamentos e outros em desuso, que eram utilizados na vida diária das gentes, desde a pesca à agricultura).

Ferragudo – Excertos da nossa identidade (fotos, vídeos, canções e tradições).

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